Cuidados pós-operatórios Tópicos especiais Manuais MSD edição para profissionais


Seguir rigorosamente estas orientações é crucial para um resultado cirúrgico bem-sucedido e uma recuperação sem intercorrências. O envolvimento ativo do paciente e o acompanhamento médico contínuo são fundamentais para o sucesso deste processo. A medicação prescrita pelo médico deve ser tomada conforme orientação, no horário correto e na dose adequada. É importante não interromper o uso dos medicamentos antes do tempo recomendado, mesmo que os sintomas tenham desaparecido. Além disso, é fundamental relatar qualquer reação adversa à medicação ao médico responsável, para que ajustes possam ser feitos, se necessário.

Quais são os tipos de recuperação no pós operatório?

Aqueles que querem ou precisam de uma alimentação mais direcionada podem consultar um nutricionista para fazer um plano alimentar adequado. Para esses casos, sopas, purês e alimentos líquidos ou pastosos facilitam a alimentação sem sobrecarregar o organismo ou causar desconforto. Optar por alimentos de fácil digestão e textura macia também é importante, principalmente em cirurgias que afetam a ingestão, como as realizadas na região bucal, maxilar, garganta e esôfago. Nutrientes como vitamina C e o zinco, por exemplo, são fundamentais para a cicatrização, enquanto proteínas ajudam na reconstrução dos músculos e dos tecidos afetados.

Se o delirium ocorrer, a oxigenação deve ser avaliada e os medicamentos não essenciais devem ser suspensos. Utiliza-se os protocolos de Otimização da Recuperação Pós-operatória (ERAS – Enhanced Recovery Protocols, na sigla em inglês) para descrever um programa de cuidados multimodal no período perioperatório. Assim, desenvolvido na Dinamarca, na década de 1990 pelo Dr. Henrik Kehlet, o ERAS sugere que, ao combinar várias intervenções perioperatórias com validação científica (nutrição prévia, peridural torácica e deambulação precoce). Portanto, os protocolos podem levar a melhorias relevantes na recuperação e segurança do paciente. A atuação no pós-operatório envolve uma equipe multidisciplinar, composta por diferentes profissionais da saúde, cada um com responsabilidades específicas para garantir a recuperação segura e eficaz do paciente. O sucesso da recuperação depende de uma combinação de cuidados médicos, adesão do paciente às orientações e suporte emocional e familiar.

Período pós-operatório

É importante respeitar os limites do corpo e não forçar a recuperação, evitando assim possíveis complicações. O paciente deve seguir as orientações médicas e realizar as atividades diárias conforme sua capacidade, sem se sobrecarregar. Com o tempo e os cuidados adequados, o paciente poderá retomar suas atividades normais de forma plena. Os cuidados pós-operatórios são fundamentais para o sucesso da cirurgia e para a saúde do paciente. Eles ajudam a prevenir infecções, reduzir o tempo de recuperação, minimizar o desconforto e garantir resultados satisfatórios.

Tratamento da dor

A cicatrização é um processo lento e pode demorar até um ano para atingir a aparência final. Alterações em sensibilidade, como por exemplo hipoestesia ou sensibilidade aumentada, podem ocorrer, mas a orientação à paciente é fundamental sobre o caráter possivelmente transitório dessas alterações. A higiene das feridas operatórias deve ser realizada durante o banho e não há necessidade de sabão, apenas água limpa. A inflamação pode ocorrer devido à infecção, movimentação excessiva, falta de higiene e alimentação inadequada. Alimentos leves e de fácil digestão, como sopas, purês e frutas, especialmente ricas em nutrientes que ajudam na cicatrização, são recomendados após a cirurgia. Uma alimentação rica em proteínas, vitaminas como a C e minerais como zinco, além do controle adequado do curativo, ajuda na cicatrização.

Além disso, reações alérgicas ou adversas aos medicamentos, com sintomas como urticária, inchaço e, em casos graves, choque anafilático, devem ser prevenidas com histórico médico detalhado e monitoramento após a administração dos fármacos. Em casos mais graves, pode ocorrer embolia pulmonar, com sintomas como falta de ar, dor no peito e tosse com sangue, sendo essencial a prevenção com mobilização precoce e anticoagulantes. Outra complicação frequente é a hemorragia, caracterizada por sangramento anormal interno ou externo, com sinais como palidez, tontura, fraqueza e queda da pressão arterial, que exige monitoramento rigoroso e técnicas cirúrgicas cuidadosas.

O jejum é necessário para reduzir o risco de aspiração pulmonar durante a anestesia, o que pode causar complicações graves. Ela pode ser evitada com a movimentação precoce, caminhadas leves e exercícios suaves. Também podem ser utilizados medicamentos, como a simeticona – que pode ajudar a diminuir o inchaço. As principais complicações que podem surgir nessa fase são a hipóxia, hemorragia e choque anafilático ou hemorrágico. Um tubo de drenagem, se presente, deve ser monitorado para verificar a quantidade e a qualidade de líquido coletado. Entretanto, deve-se remover os tubos de drenagem o mais rápido possível porque podem funcionar como um local de infecção e podem não manifestar sinais de efeitos adversos, como sangramento ou extravasamento anastomótico.

Pós-Operatório sem Complicações

Caso permaneça após esse período, o uso de pomada antibiótica, ou mesmo vaselina, podem ajudar a removê-la. Algumas complicações podem surgir durante o pós-operatório, como infecções, hemorragias, rejeição de enxertos ou próteses, entre outras. Por isso, é fundamental estar atento a qualquer sinal de alerta e comunicar imediatamente o médico responsável.

Seguir corretamente as recomendações médicas pode evitar infecções, hematomas e outros problemas. O repouso envolve limitar atividades físicas, evitar levantar objetos pesados e reservar tempo para recuperação, geralmente respeitando um período de inatividade até a liberação do médico. A seguir, conheça algumas das cirurgias mais comuns e os cuidados que se deve ter após fazê-las para evitar inflamações, infecções, sepse e outras complicações. O investimento em ações educativas voltadas tanto para os profissionais quanto para os pacientes é uma condição essencial para superar os desafios e promover medidas de segurança eficazes. O paciente precisa de apoio e de encorajamento para lidar com a dor e a adaptação a uma nova rotina. Assim, família e amigos próximos desempenham um papel fundamental no fornecimento desse suporte emocional.

Lembrando sempre que cada cirurgia e cada paciente são únicos, e as orientações específicas podem variar de acordo com a situação individual. É fundamental seguir as recomendações personalizadas fornecidas pela equipe médica responsável pelo caso. É uma fase crítica, ou seja, requer muitos cuidados de enfermagem, pois os pacientes estarão em fase de estabilização dos sentidos, além disso, rotineiramente costumam apresentar quadros de dor aguda nesse período.

Além dos pacientes, muitos profissionais demonstram alta satisfação com a telemedicina. O desafio é garantir que todos esses cuidados sejam executados corretamente e em tempo hábil, o que muitas vezes esbarra em barreiras como distância, custos de deslocamento e disponibilidade de agenda. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica esses eventos adversos como incidentes que resultam em danos não intencionais decorrentes da assistência e não relacionados à evolução natural da doença de base do paciente (Fiocruz, 2012). A ajuda com tarefas domésticas e o simples ato de ouvir e encorajar o paciente fazem a diferença na recuperação. A utilização de analgésicos e de outras terapias específicas pode ser uma opção para auxiliar na cicatrização.

Entre as mais comuns estão infecções, hematomas, edemas, dor intensa, febre, entre outros. Caso o paciente apresente algum desses sintomas, é fundamental procurar imediatamente o médico responsável pela cirurgia para avaliação e tratamento adequado. Deve-se orientar que sentir-se cansada após a cirurgia é uma queixa comum, visto que o procedimento cirúrgico constitui trauma e a própria resposta metabólica ao trauma pode levar à fadiga. O repouso é fundamental, porém indica-se caminhadas várias vezes ao dia iniciando já no dia do procedimento, pois tal conduta previne complicações como trombose venosa profunda (TVP), dor causada pelo acúmulo de gases, causando distensão, e pneumonia.

Assim, a adoção dessas medidas multidisciplinares do projeto ACERTO pode melhorar as taxas de morbidade e reduzir o tempo cirurgia plastica de internação desses pacientes. O trato gastrointestinal está sujeito a complicações pós-cirúrgicas como o íleo paralítico/adinâmico e úlceras de estresse. Os sistemas mais suscetíveis às intercorrências após uma cirurgia são o cardiovascular, o urinário, o respiratório, o digestório e o hepatobiliar. Visto que, o desequilíbrio nas condições de hidratação pode estar associado a disfunção cardíaca, renal, hepática, sepse, peritonite e hemorragias. Quando esses procedimentos apontam características anormais, que necessitam uma investigação maior, os exames complementares podem integrar a abordagem.